Após perder 91 kg, influenciador diz que só se sentiu digno de ser amado com ajuda da terapia
"Passei anos tentando entender se eu merecia ser amado ou se isso era só coisa dos outros", diz o influenciado
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Mesmo depois de uma transformação física radical, o influenciador Arthur O Urso afirma que o maior desafio veio após a cirurgia bariátrica: acreditar que podia ser desejado. Ele perdeu 91 kg, mas revela que o impacto na autoestima exigiu acompanhamento psicológico para superar a sensação de invisibilidade. “O corpo mudou, mas a cabeça ainda achava que ninguém ia me querer. Precisei de ajuda profissional para entender que o problema não era meu corpo, era o que o mundo me ensinou a pensar sobre ele”, diz.
Hoje com 37 anos, Arthur relembra que conviveu com a obesidade durante a adolescência e passou anos se sentindo excluído. Aos 19, realizou a bariátrica e só então viveu seu primeiro relacionamento amoroso. “Eu era virgem. Ninguém se aproximava de mim com interesse”, conta. Ele critica a ideia de que apenas mulheres sofrem pressão estética e destaca que homens gordos também são frequentemente ignorados como potenciais parceiros afetivos. “O homem gordo é invisível para o desejo feminino. Eu sentia isso”, desabafa.
A cirurgia abriu portas, mas não curou as marcas emocionais. Mesmo após emagrecer, Arthur ainda se via como alguém “grande e indesejável”. A terapia foi essencial para reconstruir sua autoestima e aprender a lidar com as emoções sem recorrer à comida. “A cirurgia foi só o começo”, afirma.
Outro desafio enfrentado foi a compulsão em pornografia, iniciada ainda na juventude como uma forma de escapar da solidão. Arthur conta que era fascinado por revistas masculinas e acabou desenvolvendo uma visão distorcida sobre sexo e intimidade. “As revistas vendiam um modelo impossível, corpos perfeitos, cenários irreais. Era como se sexo fosse uma coreografia sem afeto”, diz. Com o tempo, o consumo excessivo se transformou em vício, prejudicando sua vida afetiva e alimentando crises de ansiedade.
A saída veio, mais uma vez, por meio da terapia. Arthur buscou tratamento psicológico e também recorreu a alternativas como florais para compreender o impacto da pornografia na construção da masculinidade. “A gente aprende a ser homem pelo que consome, e ninguém ensina a filtrar isso”, reflete.