Criminosos usam dados reais da Justiça para aplicar golpe de mais de R$62.000 na influenciadora Ju Isen

21/07/2025 11:14

“Eles acessam processos que não estão sob segredo de justiça e constroem uma história verossímil com base em dados verdadeiros”, explica o advogado Davi Gebara


 

 

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Ju Isen foi vítima de uma tentativa de golpe envolvendo o uso de informações reais de um processo judicial e um documento falso que simulava uma ordem de pagamento. A abordagem foi feita por um número comercial via WhatsApp, com foto de perfil e nome jurídico, alegando ser do advogado Davi Gebara, responsável por liberar uma suposta indenização no valor de R$ 62.741,98.


 

No conteúdo das mensagens, o suposto advogado afirmava que a indenização já estava liberada judicialmente e solicitava os dados bancários da vítima para efetuar o depósito em até 24 horas. Um arquivo em PDF de 29 páginas foi enviado à vítima. Nele, constavam o nome completo de Ju Isen, o número do processo e um suposto despacho judicial com timbre, carimbo e menção ao STJ. Também foi citado um segundo nome — “Dr. Felipe Andrade” — apresentado como o responsável técnico pela liberação da verba.


 

A tentativa só foi interrompida porque Ju estava em contato com o verdadeiro advogado que representa seu processo, Davi Gebara, que identificou imediatamente a tentativa de golpe.


 

Segundo Gebara, esse tipo de fraude tem se tornado recorrente e se baseia em uma brecha real: a maioria dos processos cíveis no Brasil tramita de forma pública. “Os criminosos não precisam invadir sistemas. Eles acessam os tribunais online, consultam livremente dados de ações que não estão sob segredo de justiça e usam esses dados reais para criar uma narrativa que parece legítima”, explica.


 

O advogado também alerta que os golpistas utilizam ferramentas profissionais, como editores de PDF, e mantêm linguagem formal nas mensagens para reforçar a aparência de legalidade. “Não é um golpe baseado em erro de digitação ou desinformação. É uma fraude estruturada e difícil de identificar para quem não está familiarizado com os procedimentos reais.”


 

Ju Isen não chegou a fornecer seus dados, mas decidiu expor o caso como forma de alerta. “A pessoa sabia tudo. Meu nome, meu processo, até o valor correto. Se eu não estivesse com acompanhamento, teria acreditado”, disse.


 

A recomendação para casos semelhantes é não compartilhar informações pessoais por mensagens, não clicar em links ou documentos enviados por números desconhecidos e confirmar qualquer movimentação diretamente com o advogado responsável ou pelos canais oficiais dos tribunais.



 

 
 
 


 

FOTO: DIVULGAÇÃO / CO - ASSESSORIA