Elinas lança Samba Manifesto em homenagem a Luiz Gama

Clipe da música “Pra que a gente reaja”  já está disponível nos canais digitais do compositor baiano

Na ocasião da celebração dos 195 anos de Luiz Gama, o compositor baiano Elinas lança o clipe do Samba Manifesto “Pra que a gente reaja” em seu canal de YouTube e demais plataformas de vídeo, disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=iG507IhFv1A

 A obra audiovisual contou com a participação do bandolinista Rogério Guarapiran (SP); com Marcos Alma na captação sonora (SP); com o documentarista no campo do Patrimônio Cultural e educador cearense Marcelo Eme na filmagem; edição e mixagem do Estúdio Orin e composição, voz e violão 7 cordas de Elinas. Sua música é marcada por melodias marcantes com letras poéticas e introspectivas, que versam sobre questões sociais, afro-religiosidade, história negra, afro-brasilidade, amor, memórias ancestrais e filosofias africanas.

Com uma história digna de cinema, o grande jornalista, advogado, poeta e abolicionista Luiz Gonzaga Pinto da Gama, o Luiz Gama, nasceu em Salvador (BA) no dia 21 de junho de 1830. Filho de Luíza Mahin, mulher negra muçulmana liberta e uma das maiores figuras revolucionárias do período colonial do Brasil, Luiz foi escravizado ilegalmente aos 10 anos. Somente aos 17 anos conseguiu alfabetizar-se e por fim provar seu status de liberto. Posteriormente, tornou-se advogado, libertando mais de 500 pessoas escravizadas no Estado de São Paulo, tornando-se uma figura marcante e inspiradora para a História abolicionista e do movimento negro brasileiro.

Além da trajetória de Luiz Gama como inspiração, uma grande força motriz da criação deste Samba Manifesto foi a tragédia ocorrida em Salvador, no dia 6 fevereiro de 2015, que ficou conhecida como “Chacina do Cabula”. Neste acontecimento controverso, quando 12 jovens negros foram assassinados em uma operação policial, ficaram exposta as violências institucionais cometidas contra a população negra no Brasil, com o aumento de movimentos de repúdio e denúncia destas violências como resposta da população soteropolitana, como a organização Reaja!, entre outras. A canção também faz referência a Luiza Mahin, mãe de Luiz Gama e uma grande revolucionária africana no período do Brasil colônia.

Esta obra audiovisual inaugura a divulgação do 1° álbum de Elinas, intitulado “Ngevu Dizwi dya Ukulu”, expressão em kimbundo que significa “eu ouvi o som dos ancestrais”, com lançamento previsto para novembro de 2025.

Saiba mais sobre Elinas:

Elinas é músico, compositor, produtor e diretor musical, diretor artístico, poeta e arte-educador. Formado culturalmente nas matrizes familiares do Candomblé Congo Angola, tem sua formação técnica em Música pela EMUS-UFBA e Acadêmica no curso de Licenciatura em Teatro pela UFBA. 

É também Pós Graduado em Arte Educação e Estéticas Artísticas Contemporâneas pela Escola de Belas Artes / UFBA e atualmente é Mestrando no PPGAC da Escola de Comunicações e Artes / USP com ênfase em performance negra e musicalidades afro-diaspóricas. Possui ampla experiência como produtor de áudio e compositor de trilhas para cinema, teatro, dança, assim como diretor musical de espetáculos e shows de música nas cidades de São Paulo e Salvador. 

Como percussionista e instrumentista de cordas e teclas, possui uma rica experiência acompanhando artistas de projeção nacional e internacional. Entre eles, destacam-se, Pedro de Rosa Morais, Irma Ferreira, Riane Mascarenhas, Cláudia Cunha, Juliana Ribeiro, Sérgio Pererê, Nara Gil, Saloma Salomão, Germaine Ingram (EUA) e Ramiro Naka (Guiné Bissau). 

Além de sua carreira como compositor e cantor, é também vocalista das bandas Trinca de Paz (BA) e do seu quinteto de jazz - o Elinas Quinteto - composto por Marcos Alma no piano, Rogério Guarapiran no bandolim, Luciano da Silva na percussão e Kevin Nunes no contrabaixo.