“EU ACHO QUE HOJE NÓS JÁ SOMOS PARTICULARMENTE REFÉNS DA TECNOLOGIA”, DIZ ANDERSON SOARES, ESPECIALISTA EM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL, NO PROVOCA
COM APRESENTAÇÃO DE MARCELO TAS, EDIÇÃO INÉDITA VAI AO AR NESTA TERÇA (20/5), NA TV CULTURA
Nesta terça-feira (20/5), Marcelo Tas conversa, no Provoca, com o especialista em Inteligência Artificial Anderson Soares. No bate-papo, o professor fala sobre como lidar com as mudanças que a IA vem causando no mercado de trabalho; comenta que já somos reféns da tecnologia; explica como o Brasil deve entrar na corrida da IA, e muito mais. Vai ao ar na TV Cultura, a partir das 22h.
Qual é o nosso papel no uso de uma ferramenta tão poderosa?, pergunta Tas. “Eu vou dar o meu exemplo como professor (...) já tem uns 10 anos que eu me pergunto assim: por que o aluno vem até aqui? Vem até o Campus Samambaia para assistir a minha aula, sendo que tem 20 aulas melhores do que a minha? (...) a conclusão que eu cheguei é que os alunos ainda vão assistir minha aula para entender, por exemplo, o que eu conversei com uma determinada empresa na semana passada. As aulas ficaram muito mais com valor sobre experiências do que sobre conteúdos. Isso é uma mudança para o profissional da educação, por exemplo. Então, eu acho que todas as profissões têm um impacto e a gente vai ter que entender o que a tecnologia está impactando e como ela pode me ajudar”, explica Soares.
Em outro momento da edição, o especialista responde se ele vê o mundo refém da IA daqui a alguns anos. “Eu acho que hoje nós já somos particularmente reféns da tecnologia (...) se o meu smartphone parar de funcionar e a telecomunicação parar, eu acho que eu não consigo andar nem em Goiânia onde eu moro (...) a questão é que muito provavelmente esse nível de dependência vai aumentar”, diz. E que risco é esse?, pergunta Tas. “Você ter a máquina ou fazendo muita coisa por você ou te auxiliando a ponto de você ter uma certa dependência. Então, hoje eu costumo falar para os meus alunos que, olha, tira um dia para não acessar o mundo digital”, comenta.
O especialista explica que a IA tem três ingredientes: Recursos Humanos, Dados e Infraestrutura. E que nos dois primeiros, o Brasil está muito bem, mas em infraestrutura precisa melhorar bastante, e enfatiza quais os benefícios se isso acontecer. “Pelo menos ter uma chance de se posicionar melhor na corrida global. Porque a história nos ensina, em todas as revoluções industriais, o tempo é sagrado quando você está falando de disrupções tecnológicas. Se você entra daqui a 10 anos, 50 anos, faz uma total diferença no desenvolvimento social e econômico de uma sociedade”.
Sobre Anderson Soares
É engenheiro de formação, professor do instituto de informática da UFG (Universidade Federal de Goiás) e cientista, sendo um dos mais notáveis no campo da Inteligência Artificial no Brasil.
É Mestre pela USP, Doutor pelo ITA e participou da criação do primeiro curso de graduação em Inteligência Artificial do país na UFG.___________________