Graciele Lacerda relata dificuldades na amamentação e especialista alerta: “Problemas de sucção não são normais e precisam de investigação”

18/06/2025 19:11

Após relato emocionante da influenciadora, fisioterapeuta especialista em pós-parto e amamentação explica os impactos do desmame precoce na saúde do bebê e aponta caminhos para prolongar o aleitamento mesmo em situações difíceis

O relato sincero de Graciele Lacerda sobre as dificuldades que enfrentou para amamentar a filha Clara emocionou os seguidores e reacendeu um debate importante: o que acontece quando a amamentação exclusiva é interrompida antes dos seis meses, como ocorreu no caso da influenciadora? Segundo a fisioterapeuta Dra. Alessandra Paula, especialista em pós-parto e aleitamento humano e idealizadora da Clínica CRIA, essa interrupção precoce traz impactos significativos tanto no sistema imunológico quanto na nutrição do bebê.

“O leite materno é mais do que alimento. Ele protege, fortalece, ensina o sistema imune do bebê a reagir. Quando a amamentação exclusiva não é mantida até os seis meses, como orienta a OMS, a criança fica mais vulnerável a infecções, alergias e doenças crônicas”, afirma a especialista.

Além disso, há prejuízos nutricionais. “A fórmula pode desequilibrar a ingestão de nutrientes e até sobrecarregar o organismo. Já o leite materno oferece tudo que o bebê precisa, na medida certa e com alta absorção”, complementa.

No caso de Clara, filha de Graciele, a dificuldade inicial de sucção levou à introdução da fórmula. Situações como essa, apesar de comuns, não devem ser encaradas com naturalidade. “Problemas de sucção não são normais e precisam ser investigados. Muitas vezes são sinais de outras questões que, se não tratadas agora, vão aparecer novamente na introdução alimentar”, alerta Dra. Alessandra. “Não se trata de romantizar a amamentação, mas de garantir que a mãe receba o suporte certo, na hora certa.”

Segundo a especialista, existem estratégias eficazes para manter ou recuperar a amamentação, mesmo quando o início é desafiador. Entre elas, estão a ordenha frequente, o uso de técnicas como a sonda de relactação e o acompanhamento contínuo por uma equipe multidisciplinar: fonoaudiólogo, pediatra, nutricionista e consultora de amamentação.

E quando o desmame ocorre, seja por escolha ou necessidade, o cuidado deve continuar. “A alimentação complementar precisa ser rica e segura, com atenção ao ferro, ao zinco, às gorduras boas e ao desenvolvimento motor oral do bebê. O papel do pediatra e do nutricionista é essencial nessa fase de transição”, finaliza.

Para Dra. Alessandra Paula, mais do que uma escolha, a amamentação é uma construção. E, como toda construção, precisa de alicerce, apoio e informação. “Não há certo ou errado absoluto, mas sim caminhos que precisam ser traçados com orientação, empatia e ciência.”

Alessandra Paula Santos Fisioterapeuta

CREFITO 392075-F

  • Fisioterapeuta formada pela Universidade de Santo Amaro
  • Especialista em Amamentação pelo Hospital Albert Einstein
  • Especialista em aleitamento humano e seus obstáculos pela escola Bianca Balassiano Cursos extras em aleitamento materno nível avançado: Cirurgias mamárias, Hiperlactação, Desmame, Uso de Fitoterápicos, Síndrome de Down, Fissura Palatina. Pelo Instituto Mame Bem.
  • Especialista em Fotobiomulação (laser e led).
  • Terapias combinadas/Eletrotermoterapia (ultrassom e correntes elétricas) para manejo de dor e regeneração celular em pós-operatório.
  • Especialista em Taping pós-parto e recuperação cirúrgica.
  • Criadora do método Descomplicando a Amamentação, com mais de 500 alunos.
  • Fundadora da Clínica Cria, única clínica do país dedicada ao aleitamento humano e cuidados com recém-nascidos.