Luciana Gimenez revela medo de dormir após cirurgia, e especialista alerta: “Não é frescura, é trauma emocional”

25/06/2025 21:17

Alexander Bez, psicólogo especialista em ansiedade e síndrome do pânico, explica os impactos emocionais causados por traumas físicos

 

Luciana Gimenez - Reprodução internet 

Luciana Gimenez entrega pavor de dormir após fazer cirurgia de hérnia de disco; entenda o que aconteceu com a famosa

Em uma declaração sincera durante entrevista ao programa Sensacional, da RedeTV!, a apresentadora Luciana Gimenez revelou estar enfrentando um medo intenso de dormir desde que passou por uma cirurgia na coluna cervical, há cerca de três meses. “Tenho medo de dormir. Não durmo mais, porque aconteceu enquanto eu estava dormindo. Então fico pensando na minha coluna”, contou, referindo-se ao momento em que percebeu a gravidade da hérnia de disco que a levou à cirurgia.

 

A fala de Luciana chamou a atenção para um tema ainda pouco discutido: o impacto emocional de eventos traumáticos relacionados à saúde física. Para o psicólogo Alexander Bez, especialista em ansiedade e pânico pela Universidade da Califórnia (UCLA), a reação da apresentadora é mais comum do que se imagina, e está longe de ser exagero.

 

“Quando uma situação traumática acontece durante o sono, o cérebro pode passar a associar esse momento com perigo real. O que era para ser um período de descanso se transforma em um estado de alerta constante”, explica o profissional. Segundo ele, esse tipo de reação pode ser classificado como um transtorno de ansiedade situacional, mais especificamente uma manifestação de hipnofobia, o medo de dormir, desencadeado por experiências negativas vividas durante o sono.

 

Alexander destaca que o medo de dormir, nesse contexto, não é uma questão de fraqueza emocional. “É uma resposta natural do sistema límbico, responsável pelas emoções mais primitivas, como o medo. Não é frescura, é o cérebro tentando protegê-la de algo que interpretou como ameaça”, afirma.

 

O tratamento recomendado envolve acompanhamento psicológico, principalmente com técnicas cognitivo-comportamentais, e, dependendo do caso, suporte medicamentoso sob orientação médica. “A boa notícia é que, com apoio especializado e paciência, esse quadro é tratável”, acrescenta o psicólogo.

 

Para Bez, o posicionamento de Luciana ao falar abertamente sobre o assunto tem um papel importante na quebra de tabus sobre saúde mental. “Ao expor sua dificuldade, ela contribui para desmistificar problemas emocionais que ainda enfrentam tanto preconceito. O medo ganha força quando é mantido em silêncio, falar sobre ele é um ato de coragem e o primeiro passo para superá-lo”, finaliza o especialista.

 

A repercussão do relato de Luciana reacende o debate sobre o acolhimento emocional no pós-operatório, reforçando que cuidar da saúde mental é tão essencial quanto a recuperação física.