Mari Gonzalez e Sabrina Sato anunciam congelamento de óvulos: ginecologistas explicam o que saber antes dos 35
Após as declarações públicas de Mari Gonzalez e Sabrina Sato sobre a decisão de congelar óvulos, especialistas em reprodução humana esclarecem para quem a técnica é indicada, os custos, limitações por idade e as chances reais de sucesso da gestação futura
O congelamento de óvulos, antes reservado a mulheres em tratamento oncológico, tornou-se uma estratégia de planejamento familiar cada vez mais comum entre aquelas que desejam postergar a maternidade por motivos pessoais, profissionais ou de saúde. Nos últimos dias, a influenciadora Mari Gonzalez e a apresentadora Sabrina Sato revelaram publicamente que optaram por congelar óvulos atitude que reacende o debate sobre o envelhecimento reprodutivo e a preservação da fertilidade.
“Nos últimos anos, o congelamento de óvulos vem possibilitando a preservação da fertilidade e o planejamento da gestação com maior segurança e no momento de vida ideal para as mulheres que desejem ou necessitem adiar a maternidade”, explica a Dra. Paula Fettback, ginecologista especialista em Reprodução Humana pela FEBRASGO.
Dados do IBGE e DataSUS comprovam a mudança de comportamento: enquanto o número geral de filhos por mulher caiu 13% entre 2018 e 2023, o número de mães entre 35 e 39 anos aumentou 46% nos últimos 13 anos.
Para a Dra. Graziela Canheo, ginecologista especialista em reprodução humana da La Vita Clinic, o movimento é reflexo direto da liberdade de escolha e da maior inserção da mulher no mercado de trabalho. “Cada vez mais mulheres querem ter filhos em uma fase mais estável da vida, emocional e profissionalmente. O congelamento de óvulos surgiu como uma resposta segura a esse novo estilo de vida”, diz.
A seguir, as especialistas explicam os principais pontos do procedimento:
1. Para quem é indicado?
Originalmente destinado a pacientes com câncer em tratamento, o congelamento de óvulos passou a ser uma alternativa viável também para mulheres com risco de falência ovariana precoce ou que desejam postergar a maternidade por motivos pessoais ou profissionais.
2. Existe idade limite?
Não há uma idade mínima ou máxima estabelecida. “Toda mulher que ovula ainda pode congelar óvulos, mas é fundamental entender que quanto mais jovem o óvulo, maiores as chances de sucesso na gestação futura”, destaca a Dra. Paula. A idade ideal, segundo a literatura médica, é até os 35 anos.
3. Como é feito o procedimento?
O método mais utilizado é a vitrificação, com taxa de sobrevivência de até 95% após o descongelamento. As etapas incluem:
- Indução da ovulação com hormônios;
- Coleta dos óvulos;
- Maturação em laboratório;
- Congelamento em nitrogênio líquido.
4. Os óvulos têm prazo de validade?
Segundo as especialistas, os óvulos podem permanecer congelados por tempo indeterminado. No entanto, o Conselho Federal de Medicina recomenda que a fertilização seja feita até os 50 anos, visando a segurança da gestação.
5. Qual o custo?
O valor pode variar entre R$ 10 mil e R$ 20 mil, incluindo estimulação hormonal, exames e coleta. Além disso, há um custo anual de manutenção em laboratório, que gira em torno de R$ 1.200. A Dra. Graziela ressalta que ainda é preciso considerar os custos futuros com fertilização in vitro e acompanhamento gestacional.
6. Há efeitos colaterais?
A estimulação hormonal pode causar retenção de líquidos, acne, dores de cabeça e alterações de humor temporárias. “Tudo isso tende a desaparecer após o fim do ciclo hormonal”, tranquiliza a Dra. Paula.
Com a adesão crescente de celebridades como Grazi Massafera, Paolla Oliveira, Mariana Ximenes, Mari Gonzalez e agora Sabrina Sato, o congelamento de óvulos deixa de ser um tabu e se consolida como uma alternativa viável e empoderadora para quem deseja ser mãe no tempo certo e com mais autonomia.
Dra. Graziela Canheo
CRM 145288 | RQE 68331
Ginecologista e Obstetra
Reprodução Humana
- Médica Graduada pela Universidade Metropolitana de Santos (2010)
- Residência médica em ginecologia e obstetrícia pelo Hospital do Servidor Público Estadual do Estado de São Paulo (2013)
- Título de Qualificação em Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia pela ABPTGIC (2014)
- Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (2015)
- Fellowship em Reprodução humana pelo Instituto Idéia Fértil de Saúde Reprodutiva (2014 – 2016)
- Pós-graduação em videolaparoscopia e histeroscopia pelo Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (2018 – 2019)
- Membro das principais sociedades nacionais e internacionais da área da Ginecologia e Reprodução Humana
- Diretora técnica e médica da La Vita Clinic
Dra. Paula Fettback
CRM 117477 SP
CRM 33084 PR
- Possui graduação em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina - UEL (2004).
- Residência médica em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP- 2007)
- Atua em Ginecologia e Obstetrícia com ênfase em Reprodução Humana.
- Estágio em Reprodução Humana na Universidade de Michigan - USA. Médica colaboradora do Centro de Reprodução Humana Mário Covas do HC-FMUSP (2016).
- Doutora em Ciências Médicas pela Disciplina de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
- Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM - 2016)
- Médica da Clínica MAE São Paulo - SP
- Título de Especialista em Reprodução Assistida Certificada pela Febrasgo (2020)