Pesquisa GALUNION: inflação pesa e 90% dos consumidores reduziram os gastos com refeições fora de casa
- Além disso, houve um aumento na frequência de compra de itens mais baratos ou em promoção por 52% dos entrevistados, comparando com a frequência de dois anos atrás
- Já o delivery teve uma redução de 11 pontos percentuais de 2024 para este ano
São Paulo (SP), junho de 2025: Em 2025, a inflação no Brasil tem impactado significativamente o poder de compra dos consumidores, especialmente no setor de alimentos. O aumento dos preços de itens essenciais, como arroz, feijão, leite, carne e ovos tem pressionado o orçamento das famílias, principalmente das classes mais baixas. Para entender melhor este cenário, de 25 a 31 de março, a GALUNION – empresa especializada no setor de foodservice, realizou mais uma edição da pesquisa “Alimentação Hoje: a visão do consumidor”, com 1.008 participantes a partir de 18 anos, das classes ABC de todo o País. Com relação ao perfil da amostra, 21,5% dos respondentes tinham de 18 a 24 anos, 37% de 25 a 40 anos, 32,5% de 41 a 60 anos e 9% acima de 61 anos. Além disso, 10% pertencem a classe A, 41% a classe B e 49% a classe C.
Sobre a forma de trabalho atual, 56% estão trabalhando para uma empresa em formato de home office ou presencialmente, 29% de forma autônoma, e 15% tanto para empresa, como também de forma autônoma para complementar a renda. Pensando nos próximos seis meses, o levantamento também quis entender como os trabalhadores acreditam que será a rotina de trabalho. De acordo com as respostas, 34% preveem que voltarão a atuar 100% no local de trabalho, 31% trabalharão um pouco em casa e um pouco no local de trabalho, com destaque para classe A em que o percentual é maior, saltando para 43%; 12% estarão a maior parte do tempo atuando em casa, 17% trabalharão de casa 100% do tempo e 6% acreditam que estarão sem trabalhar.
“Levando em consideração as edições anteriores da nossa pesquisa com foco nos hábitos dos consumidores, em junho de 2023, 36% das pessoas estavam trabalhando no formato híbrido. Em agosto de 2024 este número teve um aumento significativo, atingindo o patamar de 44%. Já em março deste ano, notamos uma estabilidade neste quesito, já que 43% dos consumidores estão atuando de forma híbrida. Outro número que merece atenção é sobre os 76% dos entrevistados que optam por levar marmita ao local de trabalho com alguma frequência”, explica a fundadora e CEO da GALUNION, Simone Galante.
Para 62% dos participantes que levam marmita com alguma frequência, o principal motivo está relacionado à economia de dinheiro, seguido por comer de forma mais saudável para 60% e economizar tempo na refeição para 31%, com índice maior para a faixa etária de 18 a 24 anos, que salta para 42%. Porém, o dado mais significativo mostra que 90% dos consumidores reduziram gastos com refeições fora de casa e isso está intimamente ligado a inflação. Entre as ações para reduzir gastos mais praticadas pelos consumidores que participaram do levantamento, 38% aproveitam promoções, cupons ou descontos, com um percentual maior, de 44% para a faixa etária de 18 a 24 anos, seguido por 36% que reduzem a frequência de refeições fora de casa e 35% que levam marmita ou preparam mais refeições em casa.
Além disso, 52% das pessoas aumentaram a frequência de compra de itens mais baratos ou em promoção em restaurantes, bares, lanchonetes, cafeterias, padarias, fast-foods e similares nos últimos dois anos. A pesquisa mostra que ao se sentirem reconhecidos pelas marcas que consomem, isso se torna um diferencial para os consumidores. Para 57% dos respondentes, por exemplo, um dos motivos que mais os agradam são os benefícios ou descontos em dinheiro, como cashback, dada a fidelidade com a marca, com uma valorização maior que chega a 61% para quem tem 61 anos ou mais.
Ainda de acordo com os hábitos de consumo nos últimos dois anos, 48% frequentam menos bares, pubs, casas de shows, danceterias, clubes, casas noturnas ou baladas, enquanto 39% consomem bebidas alcoólicas em menor frequência.
Delivery, Praças de Alimentar e Consumo Local
Apesar de ter grande relevância no setor de foodservice, nesta edição foi possível verificar que houve uma queda de 11 pontos percentuais no número de consumidores que fazem pedidos via delivery ou pedem para retirar, que passou de 92% em abril de 2024 para 81% em março de 2025. Porém, há uma exceção para pessoas da classe A, que se mantiveram com números similares ao do ano passado, com 96%.
Traçando um cenário mais amplo, o estudo mostra quais foram as mudanças de consumo nos últimos dois anos. No quesito de frequentar praças de alimentação em shopping centers há um sinal de alerta, já que 48% relataram uma menor frequência, seguido de 25% sem alteração na frequência, 21% com maior e 5% que nunca fizeram. Números semelhantes são evidentes quando é levada em consideração sair para comer e beber em restaurantes, bares, lanchonetes e similares, com 45% apontando diminuição na frequência, 29% aumento, 23% sem mudanças nessa questão e 3% que nunca fizeram.
“Esse cenário é reflexo de um conjunto de pressões, desde a inflação e o aumento dos custos de produção até os efeitos das variações cambiais e das condições climáticas sobre a cadeia de suprimentos. No foodservice, isso tem provocado uma mudança importante no comportamento do consumidor, que passa a repensar sua frequência de consumo fora do lar e a fazer escolhas mais racionais e acessíveis, buscando equilíbrio entre prazer, valor percebido e orçamento disponível”, finaliza Simone Galante.
Sobre a GALUNION
Especializada no setor de alimentação, a empresa atua como uma catalisadora de conhecimento, networking e inovação. Os serviços são voltados para negócios e profissionais que atuam no mercado de Foodservice. Fundada e comandada pela CEO, Simone Galante, a GALUNION atua em projetos de consultoria estratégica e de inovação, monitoramento de tendências, pesquisas, educação, roadshows, laboratório culinário e outros eventos para o mercado de alimentação preparada fora do lar. Realiza também estudos quantitativos e qualitativos em parcerias com renomadas entidades como a ABF (Associação Brasileira de Franchising), a ANR (Associação Nacional de Restaurantes) e a ABIA (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos).