SÃO PAULO COMPANHIA DE DANÇA REALIZA APRESENTAÇÕES NO TEATRO SÉRGIO CARDOSO
23/06/2025 20:53
Em junho e julho, a Companhia apresenta três diferentes programas que integram a
Temporada 2025 - ‘Todos os Mundos em Nós’
O Lago dos Cisnes - II Ato, por Mario Galizzi - Crédito: Silvia Machado | Autorretrato, de Leliane Teles - Crédito:
Iari Davies | dos SANTOS, de Alex Soares - Créditos: Iari Davies

Fotos no drive: https://drive.google.com/drive/folders/1AwWto5hHw--BUPtK0efz5lJKi-MW2aYa
A São Paulo Companhia de Dança (SPCD) - corpo artístico da Secretaria da
Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, gerida
pela Associação Pró-Dança e dirigida por Inês Bogéa – volta ao palco do Teatro
Sérgio Cardoso para sua tradicional temporada de apresentações na casa. O
espaço - que também é um equipamento cultural da Secretaria, gerido pela Amigos
da Arte - receberá três programas distintos, que serão apresentados de 19 a 22 e
de 26 a 29 de junho, e 3 a 6 de julho, compostos por obras que vão do clássico ao
contemporâneo, e mostram a versatilidade do repertório da SPCD.
Além dos espetáculos, a programação inclui as já conhecidas atividades educativas,
com espetáculos gratuitos, palestras e ações de acessibilidade, com audiodescrição
das obras e intérprete de libras durante as palestras aos sábados e domingos. Os
ingressos já estão à venda e podem ser adquiridos a partir de R$ 30 pelo site:
https://spcd.com.br/ingressos/
Programação 2025
Intitulada ‘Todos os mundos em nós’, esta temporada foi inspirada pelo poema de
Adélia Prado ao celebrar a intensidade do ser humano, suas pluralidades e o
equilíbrio entre profundidade emocional e criatividade.
“Eu sou composta por urgências: minhas alegrias
são profundas; minhas tristezas, torrenciais”.
Adélia Prado - Poema Composição
“Somos compostos por urgências, como Adélia Prado nos diz. Nossas alegrias
profundas e tristezas torrenciais nos levam a explorar quem somos e o que
carregamos dentro de nós. Nesta temporada, cada semana é parte do mosaico que
revela a intensidade da existência humana - um convite a olharmos para dentro e
encontrarmos os mundos que habitam em nós. A cada semana, “os mundos” que
nos compõem se desdobram no palco, revelando as urgências da existência e a
autenticidade de cada expressão artística”, nos conta Inês Bogéa, diretora artística
da São Paulo Companhia de Dança.
As apresentações têm início em junho, quando a SPCD sobe ao palco do Teatro
Sérgio Cardoso com três programas diferentes. De 19 a 22 de junho, o público
confere O Lago dos Cisnes - II Ato, por Mario Galizzi, a partir de Marius Petipa
(1818-1910) e Lev Ivanov (1834-1901); Cada Olhar, de Henrique Rodovalho; e a
estreia de be yourself - everyone else is already taken, de Michael Bugdahn e
Denise Namura.
Esta última, propõe uma reflexão sobre identidade em um mundo globalizado. A
coreografia explora a dualidade entre abundância e escassez, destacando a
infinidade de informações acessíveis contrastada com a crescente escassez de
recursos naturais e o enfraquecimento das relações humanas. A velha questão “De
onde viemos e para onde vamos?” permanece relevante. A fusão de gêneros, o
trânsito entre culturas e a construção de conexões fazem parte da identidade
artística dos dois coreógrafos, que demonstram uma sensibilidade singular ao
indivíduo e à poesia do cotidiano. Voltados para a dimensão humana da vida e da
arte, eles propõem uma reflexão profunda sobre a existência e suas múltiplas
facetas.
Já o segundo ato de O Lago dos Cisnes, é um dos mais aclamados balés do
mundo. Este ato mostra o encontro do príncipe Siegfried e da princesa Odete, na
floresta. Da meia noite ao amanhecer, ela é a princesa da noite, uma criatura
mágica e delicada, que o príncipe deseja amar e proteger. Durante o dia, a rainha
dos cisnes: frágil, amedrontada e, ao mesmo tempo, corajosa e protetora do seu
grupo. O feiticeiro Rothbart é um nobre e um pássaro. O príncipe que sai para caçar
com seus amigos tem a elegância da nobreza. Essa obra marca a história da arte e
encanta todas as gerações pelo seu tema e pela ligação entre a dança e a música.
Por fim, em Cada Olhar, Henrique Rodovalho traz o olhar de cada uma das sete
bailarinas em palco, como cada uma se sente e se apropria diante deste singular
momento de movimentos e música, construído, inicialmente, pelo olhar do
coreógrafo. E a partir dessa construção, provocar o olhar de cada espectador,
convidando-o a fazer suas próprias escolhas e criar suas impressões genuínas
sobre este instante efêmero e intenso, que se desdobra diante dos seus olhos,
diante de cada olhar.
Na semana seguinte, de 26 a 29 de junho, o público pode assistir a Autorretrato,
de Leilane Teles; dos SANTOS, de Alex Soares e a estreia de A Vingança do
Flamingo, de Carlos Pons Guerra.
Em sua primeira criação para a São Paulo Companhia de Dança, em A Vingança
do Flamingo, o espanhol Carlos Pons Guerra traz ao centro do palco uma história
sobre beleza, resistência e desequilíbrio ambiental. Vistosos flamingos dominam a
cena para expor, com ironia e lirismo, as tensões entre espetáculo e natureza.
Inspirado por memórias da infância nas Ilhas Canárias, o coreógrafo transforma o
palco em um espaço onde a vida selvagem performa para nos entreter — enquanto
silencia, esgota e adoece.
“Quando Inês me convidou para pensar sobre a crise climática, voltei à minha
infância, onde assistia a shows de flamingos — aves lindas, trazidas da África,
treinadas para entreter humanos. Eles andavam de bicicleta, tocavam piano. Mas eu
só conseguia pensar que eles deveriam estar voando. Isso me fez refletir sobre
como estamos transformando o mundo natural em um circo — um espetáculo que
nos serve, mas que tem consequências sérias”, conta o coreógrafo.
Com figurinos de Fernanda Yamamoto que evocam texturas e volumes inspirados
nas plumagens, iluminação de Wagner Freire que alterna brilhos e sombras, e trilha
sonora que flutua entre lirismo, vaudeville e exuberância, A Vingança do Flamingo é
uma obra performática e profundamente sensível, que confronta a crueldade velada
por trás do espetáculo e convida à empatia — com o planeta, com os animais, com
tudo o que ainda pode resistir.
Autorretrato - segunda criação de Leilane Teles para a São Paulo Companhia de
Dança - é uma coreografia que reflete sobre a identidade brasileira e nossas
influências ancestrais e foi inspirada em obras do acervo do pintor Cândido
Portinari. A trilha sonora e o figurino complementam a narrativa, que contou com a
consultoria indígena de Cristiane Takuá e Carlos Papá.
Já dos SANTOS, primeira obra de Alex Soares para a SPCD, é inspirada em uma
cantiga do Brasil Colonial chamada “Matais de Incêndio”, uma canção simples e
alegre associada a festividades religiosas - cujo autor é desconhecido, datada por
volta de 1700. A obra move, cruza e questiona identidades que ao longo do tempo
ajudaram a lapidar a nossa rica e diversa cultura.
O terceiro e último programa, de 3 a 6 de julho, apresenta Les Sylphides
(Chopiniana), por Ana Botafogo, a partir da obra de 1909 de Mikhali Fokine (1880-
1942); Casa Flutuante, de Beatriz Hack e a estreia de Ataraxia, de George
Céspedes.
Ataraxia é a primeira obra de Céspedes para uma companhia brasileira.
Reconhecido por seu estilo singular, que combina dança com elementos
geométricos e matemáticos, o coreógrafo — um dos grandes nomes da dança
contemporânea global — desenha no palco grandes formas por meio do movimento
coordenado de grupos de bailarinos, adicionando contrastes dinâmicos e
emocionais à narrativa.
O nome da obra, Ataraxia, é uma palavra de origem grega que significa ausência de
perturbação. No estoicismo, representa um conceito central: a dor não está na
mudança, mas na resistência a ela. Busca-se, assim, um estado de serenidade
imperturbável, no qual a mente se mantém equilibrada diante das adversidades. A
iluminação enfatiza a precisão dos movimentos e intensifica as atmosferas criadas,
amplificando as emoções. Já os figurinos, inspirados na moda urbana, dialogam
com a contemporaneidade, proporcionando liberdade de movimento e expressão
individual, além de reforçar o caráter vibrante e dinâmico da obra.
O clássico Les Sylphides (Chopiniana) evoca a era romântica do balé para retratar
o encantamento de um poeta sonhador pela dança das sílfides, seres mágicos que
habitam as florestas. Sob o luar, elas materializam o ato poético em seus
movimentos e desenham o palco com arabescos, resultando em uma obra de
grande beleza contemplativa.
Por fim, Casa Flutuante, revela diferentes conceitos de “casa” e suas
impermanências na cena. Conduzidos por uma trilha sonora eclética, o elenco flutua
entre os gestos propostos pela coreógrafa e desenvolvidos a partir da experiência
pessoal de cada um. Os movimentos individuais e de grupo exploram as relações
humanas e interpessoais.
Atividades Educativas
Quarenta e cinco minutos antes dos espetáculos, o público interessado em se
aprofundar nas histórias e nos bastidores das criações poderá conversar com a
diretora da Companhia, Inês Bogéa, em palestras gratuitas sobre os processos
criativos das obras. As conversas têm duração de cerca de 30 minutos e, aos
sábados, contará com a presença de intérpretes de libras.
A temporada da São Paulo Companhia de Dança é realizada pelo Ministério da
Cultura, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura,
Economia e Indústria Criativas e São Paulo Companhia de Dança via Lei de
Incentivo à Cultura Lei Rouanet, Ministério da Cultura e Governo Federal União e
Reconstrução. Patrocínio Itaú.
Serviço e Fichas Técnicas
Teatro Sérgio Cardoso
Endereço: R. Rui Barbosa, 153 - Bela Vista, São Paulo - SP, 01326-010
Horários: quinta, sexta e sábado às 20h | domingo às 16h
Capacidade física: 835 lugares
Acessibilidade: Sim
Ingressos: balcão – R$ 60 (inteira), plateia lateral – R$ 70 (inteira) e plateia central
– R$ 80 (inteira) | à venda via Sympla ou pelo site https://spcd.com.br/ingressos/
Programa 1: de 19 a 22 de junho
Link para compra: bit.ly/3FhSmPf
Classificação: Livre
Fotos: https://drive.google.com/drive/folders/17XJ0eAI_M9_G-
_H34_3bM0rVkoTeiBCU
O Lago dos Cisnes - II Ato (2017)
Coreografia: Mario Galizzi, a partir de Marius Petipa (1818-1910) e Lev Ivanov
(1834-1901)
Música: Piotr I. Tchaikovsky (1840-1893)
Iluminação: Wagner Freire
Figurino: Tânia Agra
Perucas: Emi Perucas
Adereços: Robson Rui
Assistente de coreografia: Sabrina Streiff
Cada Olhar (2024)
Coreografia e Iluminação: Henrique Rodovalho
Música: Obatalá, escrita por Kiko Dinucci, interpretação e produção de Metá Metá
Figurino: Fábio Namatame
be yourself – everyone else is already taken (2025)
Concepção, coreografia e dramaturgia: Michael Bugdahn e Denise Namura
Composição da música original, trilha sonora e texto: Michael Bugdahn
Músicas adicionais: Manyfingers, Arcade Fire (Peter Gabriel)
Locutores (voz off): Mario Spaziani (português), Jean-Damien Fleury (francês),
Jörg Schnass e Doris Streibl (alemão)
Vídeos: Doves and Noise e INDU 02, de Stefan Kranefeld - em versões modificadas
Vídeo adicional: Olhar, de Michael Bugdahn
Iluminação: Caetano Vilela
Figurinos: Fábio Namatame
Apoio: Centre National de la Danse, Pantin (prêt de studio) e La Ménagerie
Technologique (Sophie Colin, Bertrand Manuel)