Sugestão ESPM: Brasil é país de honra no Festival de Cannes 2025; Presença gera prestígio e incentiva brasileiros a acompanharem filmes nacionais

“Desde a década de 1960, não havia tanto interesse de festivais europeus e dos Estados Unidos pelo cinema brasileiro”, é o que analisa Márcio Rodrigo, professor de Cinema e Audiovisual da ESPM. Entre 13 e 24 de maio de 2025, o Festival de Cinema de Cannes exibe os mais importantes filmes do audiovisual mundial. O evento, este ano, tem o Brasil como país de honra, celebração que a cada ano destaca uma nação diferente e reconhece suas contribuições para o cinema internacional. 

Para o professor da ESPM, desde 2016, Kleber Mendonça Filho passou a ser presença recorrente no Festival. “Hoje eu vejo que os franceses, de uma maneira geral, e especialmente o Festival de Cannes, a Comissão de Seleção de Curadoria das Mostras, enxergam no Kleber um autor por excelência. Alguém que consegue fazer a ponte para o cinema com um apelo comercial, mas que ao mesmo tempo tem também um forte traço autoral, caso dos filmes do Kleber”, diz. 

Em 2025, o longa “Agente Secreto”, também de Kleber Mendonça Filho, concorre ao prêmio Palma de Ouro no Festival. Além disso, outras produções brasileiras serão apresentadas pela primeira vez no evento, como o curta Samba Infinito, uma coprodução Brasil e França, que estará na Semana da Crítica, uma mostra paralela do Festival de Cannes. 

Márcio Rodrigo destaca que os filmes “Ainda Estou Aqui”, que ganhou mais de 30 prêmios incluindo um Oscar, e “O Último Azul”, também premiado mesmo sem ainda ter estreado no Brasil, são produções que fazem com que o mundo volte a reconhecer o audiovisual brasileiro. Para o professor, esse movimento é importante para servir de estímulo para que o próprio público brasileiro se interesse por assistir mais produções nacionais. 

No entanto, ele reforça que é preciso ter um olhar estratégico para a forma como os filmes são divulgados. “Nós estamos esse ano com um market share muito bom ainda por conta do efeito do “Ainda Estou Aqui”. Precisamos pensar estrategicamente a distribuição destes filmes para que o público comece a se interessar mais por cinema brasileiro, não apenas por filmes indicados em festivais prestigiados. Tem muita coisa boa para ser vista e a gente precisa aproveitar esse momento bom internacional para dar projeção aos nossos filmes aqui dentro de casa”, finaliza. 

O especialista está à disposição para entrevistas. 

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